O estudo é recente e diz que “cerca de 63% dos portugueses toleram a corrupção…desde que produza efeitos benéficos para a população em geral”.
E que a maioria está convencida de que o primeiro-ministro mentiu no Parlamento, quando disse desconhecer o negócio da TVI. Desses, grande parte diz mesmo que essa mentira é injustificável. Mas, esta convicção não tem como resultado um corte radical com Sócrates. É que se as eleições fossem hoje, o PS reforçaria a sua votação. O que levará o eleitorado a reagir desta forma? A ausência de alternativas credíveis justificará a atitude? Existe ou não, entre nós a corrupção? Talvez, mas nada de violento - reconheça-se.
Modesta, envergonhada, pequena, inexpressiva, quando comparada com a corrupção a sério, pura e dura.
Haverá uma cunha aqui, um empenho acolá, um favor mais à frente, um cuidado especial mais ao lado - e não se passa disso.
Nada daquilo que se dizia do patrão do Chelsea, Abramovich, que terá feito fortuna à custa de negócios políticos, e das influências de velhos oligarcas próximos do Kremlin. Como me “esclarecia” um velho amigo:
- Corrupção? Corrupção? Isso é na Rússia, onde o Abramovich enriqueceu apoiado no Kremlin com os favores de uns políticos, pagando a outros e sacando recursos naturais à má- fila. Isso em Portugal não existe.
E – acrescentava, prudente e avisado – por cá, quem fez fortuna por meios ilícitos, já tem os meios suficientes para demonstrar que os meios foram lícitos. Praticamente, todos os dias somos confrontados com opiniões, notícias e comentários sobre a corrupção em Portugal.
É inegável que Sócrates, apesar de tudo, continua em grande nas sondagens. Os seus apoiantes não se cansam de elogiá-lo. Podiam era demonstrá-lo de modo mais caloroso e entusiasta. Digo isto, na presunção de que sofram também de alguma falta de liturgia, responsável por eventuais insuficiências aclamatórias. E avanço alguns procedimentos que, por certo, muito agradariam ao chefe e seus acólitos.
Assim, sempre que Sócrates chegasse a uma reunião, a um comício, a um congresso ou coisa parecida, os seus seguidores podiam deitar-se no chão, de barriga para baixo, oferecendo o respectivo lombo para que o chefe lhes pusesse os pés em cima. E quando o “chefe” se sentasse, poderiam soerguer-se devagarinho, ocupar os seus lugares sem qualquer ruído e, em silêncio, permanecer na sala até que ele decidisse usar da palavra.
Depois, de cinco em cinco frases, os presentes murmurariam «muito bem» e sempre que ele decidisse utilizar aquele tom levemente autoritário esticando o dedo, as pessoas gritariam «Viva a Pátria! Viva Portugal! Viva o glorioso engenheiro Sócrates»!
E logo que o discurso chegasse a um clímax, os ouvintes poderiam desfazer-se em aplausos de alguns minutos. No fim, quatro fiéis, previamente escolhidos, desmaiariam, enquanto seis, também pré-determinados, se fariam transportar em ombros.
Há alternativas? Mas quais?
As daquele partido que tem como candidato a líder interno um que diz ser “candidato a primeiro-ministro” – candidatura que, como se sabe, nem sequer existe? Azar o nosso, como diz o nosso primeiro.
Com tanto azar junto, se para empregar tantos artistas comprássemos um circo, até o anão crescia!…
segunda-feira, 8 de março de 2010
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"Plano Municipal de Emergência Aprovado"
ResponderEliminarC.M.MATOSINHOS.
Bem...agora está feito,no entanto pergunto:
Todas as instituições foram ouvidas?
Não responda antes de ter escutado...
Saudações Marítimas
José Modesto
Põe-te a mexer!!!
ResponderEliminarCaros Matosinhenses.
A hipocrisia é uma homenagem que o vício presta à virtude.
A intolerância irracional de muitos escusa ou justifica a hipocrisia ou dissimulação de alguns!!!
Repto:
SCUT A29, A28 e A41 alguém se preocupa com a sua introdução?
As colectividades ou associações em Matosinhos já se manifestaram contra esta medida?
Vá lá sejamos coerentes connosco mesmo.
BOM SENSO é o que se pede.
Saudações Marítimas
José Modesto