(E não o apoio à Juventude e Desporto, que as autarquias concedem aos clubes…)
Despesismo não é só em Matosinhos, mas em todo o lado. E não só nas autarquias. Para se chegar a “despesista”, ajuda muito gerir-se o dinheiro dos outros. Como em algumas empresas públicas. É verdade que alguns gastos são mais escandalosos que outros. Automóveis topo de gama, publicações de promoção pessoal, festas sumptuosas – entre outras, evidentemente - saltam à vista de todos. Mas existe outro tipo de gastos, que escapa por completo à avaliação da opinião pública. Exemplo: a “nossa” RTP.
Há duas semanas a Justiça devolveu à liberdade o turco que em 1981 tentou matar o Papa João Paulo II. Nada de extraordinário: cumprida a pena, é natural que os prisioneiros sejam libertados. Só que este era um preso especial. De seu nome Mehmet Ali Agca, o homem que para muitos, há muito estava no Inferno, chegou afinal – por enquanto - ao Paraíso.
Não naquele Paraíso de que nos fala a Bíblia, mas outro paraíso, um paraíso ao alcance de quem tenha, para gastar, numa estadia em hotel, alguns milhares de euros. No caso, um quarto, no quarto piso dum luxuoso hotel, “com uma vista fabulosa que domina toda a cidade” – dizem as agências noticiosas. Também nisto, nada a estranhar: cada um instala-se (ou deixa que o instalem) onde pode.
De estranhar – e esta é a razão que aqui traz o assunto - apenas os critérios de concorrência e de mercado, que levam a que jornalistas de estações de todo o mundo estejam ao mesmo tempo em directo nos mesmos locais a contar as mesmas coisas, com os mesmos protagonistas, sem acrescentar absolutamente nada aos despachos das agências noticiosas com que os “pivots” dos telejornais iniciam a notícia.
E qual era o acontecimento? Pois, nem mais nem menos que a libertação do tristemente famoso turco.
Para “cobrir” um “acontecimento” destes também lá estava o repórter da nossa RTP, envergando um colete Coronel Tapioca, a repetir exactamente a introdução à notícia feita na redacção.
A RTP – está visto - com a nossa ajuda, pagará as facturas da nulidade (mais uma, afinal – também aqui nada de novo a registar) que nos foi transmitida em directo e por satélite.
Haverá nisto alguma racionalidade? Alguma explicação?
Se calhar existe.
Se alguém a conhecer e a quiser partilhar, antecipadamente este contribuinte agradece. Mas, voltando ao local: ouvidas as palavras de Ali Agca, confirmou-se o que se sabia: foi libertado um louco, cuja loucura não se curou durante os anos que passou na prisão.
Se o turco conseguir instalar uns mísseis de longo alcance lá no terraço do luxuoso hotel, vai conseguir cumprir aquilo que prometeu à imprensa: estoirar com os gajos todos…
domingo, 31 de janeiro de 2010
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Padroense: a razão do sucesso no sucesso da gestão!
Há um clube da nossa terra que tem a sua alma no seio do povo. O corpo, esse, há muito que o doou à causa pública, no incansável contributo à formação desportiva, cultural e recreativa de sucessivas gerações.
É o popular clube do Padrão da Légua, o Padroense Futebol Clube.
O “Jantar de Gala” dos seus 88 anos serviu também para recordar o passado.
E o presidente Germano Pinho, num discurso emotivo e empolgante, aclamado pelo milhar e meio de pessoas presentes revelou o segredo de tamanho êxito: rigor e seriedade, numa gestão criteriosa, equilibrada e responsável.
Pois, apesar dos seus 88 anos o Padroense caminha com o vigor da juventude. E fá-lo serenamente, por entre a desordem e a confusão que reinam no nosso Futebol, como que a lembrar-nos da paz que podemos ter, se soubermos levar a cabo uma política de boas relações e cooperação.
Um clube que, sem ser subserviente, tem sabido manter-se em boas relações com todos, mesmos com os mais pequenos e desorganizados.
Para além de dedicar o mesmo carinho e empenho às diversas modalidades desportivas que criou - mesmo àquelas tidas por mais humildes e desacompanhadas - incentiva uma postura social que desvia associados, simpatizantes e atletas da desmedida ambição competitiva que poderia torná-los violentos, intolerantes e agressivos. É uma postura que reforça a fortaleza de espírito colectivo, salvaguardando os seus membros, por antecipação, num inesperado insucesso desportivo; mas, se tal acontecesse não desesperaria: por mais de uma vez, o clube baixou de escalão sem que o seu orgulho tenha saído ferido, ou a motivação desaparecido.
Compará-lo com os outros seria presunção ou melancolia, pois haverá sempre clubes superiores e inferiores ao nosso.
Integra, por mérito próprio, o conturbado mundo do desporto nacional; e ainda que isto possa não ser importante para muitos, sem dúvida que o presente é-nos disto revelador.
Usa de prudência nos investimentos e contratações, porque o seu presidente sabe que o mundo está cheio de astúcia; mas isto não o cega a ponto de não reconhecer virtude, onde ela exista.
Mira-se no exemplo dos clubes maiores, e regozija-se com as suas conquistas além fronteiras; mas, não abdica nem do programa, nem dos princípios que perfilha.
O Padroense é, pois, um dos grandes do nosso Concelho, e tal como os grandes do nosso País, tem o direito de querer vencer as provas em que participa.
Dizer-se que é um clube que vive em paz com Deus, seja qual for a ideia que dEle se tiver, não é ousadia. Nem utopia.
E por muito duras e absorventes que sejam as lutas e os desafios que tenhamos na ruidosa confusão da vida, não podemos ignorar tão elevado exemplo de gestão.
Assim pudéssemos vê-la aplicada noutros sectores da sociedade…
Siga em frente, por muitos anos, presidente Germano!
Lute, ainda mais, para fazer do nosso Padroense Campeão!
É o popular clube do Padrão da Légua, o Padroense Futebol Clube.
O “Jantar de Gala” dos seus 88 anos serviu também para recordar o passado.
E o presidente Germano Pinho, num discurso emotivo e empolgante, aclamado pelo milhar e meio de pessoas presentes revelou o segredo de tamanho êxito: rigor e seriedade, numa gestão criteriosa, equilibrada e responsável.
Pois, apesar dos seus 88 anos o Padroense caminha com o vigor da juventude. E fá-lo serenamente, por entre a desordem e a confusão que reinam no nosso Futebol, como que a lembrar-nos da paz que podemos ter, se soubermos levar a cabo uma política de boas relações e cooperação.
Um clube que, sem ser subserviente, tem sabido manter-se em boas relações com todos, mesmos com os mais pequenos e desorganizados.
Para além de dedicar o mesmo carinho e empenho às diversas modalidades desportivas que criou - mesmo àquelas tidas por mais humildes e desacompanhadas - incentiva uma postura social que desvia associados, simpatizantes e atletas da desmedida ambição competitiva que poderia torná-los violentos, intolerantes e agressivos. É uma postura que reforça a fortaleza de espírito colectivo, salvaguardando os seus membros, por antecipação, num inesperado insucesso desportivo; mas, se tal acontecesse não desesperaria: por mais de uma vez, o clube baixou de escalão sem que o seu orgulho tenha saído ferido, ou a motivação desaparecido.
Compará-lo com os outros seria presunção ou melancolia, pois haverá sempre clubes superiores e inferiores ao nosso.
Integra, por mérito próprio, o conturbado mundo do desporto nacional; e ainda que isto possa não ser importante para muitos, sem dúvida que o presente é-nos disto revelador.
Usa de prudência nos investimentos e contratações, porque o seu presidente sabe que o mundo está cheio de astúcia; mas isto não o cega a ponto de não reconhecer virtude, onde ela exista.
Mira-se no exemplo dos clubes maiores, e regozija-se com as suas conquistas além fronteiras; mas, não abdica nem do programa, nem dos princípios que perfilha.
O Padroense é, pois, um dos grandes do nosso Concelho, e tal como os grandes do nosso País, tem o direito de querer vencer as provas em que participa.
Dizer-se que é um clube que vive em paz com Deus, seja qual for a ideia que dEle se tiver, não é ousadia. Nem utopia.
E por muito duras e absorventes que sejam as lutas e os desafios que tenhamos na ruidosa confusão da vida, não podemos ignorar tão elevado exemplo de gestão.
Assim pudéssemos vê-la aplicada noutros sectores da sociedade…
Siga em frente, por muitos anos, presidente Germano!
Lute, ainda mais, para fazer do nosso Padroense Campeão!
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
O direito à indiferença
Nada tenho contra (nem a favor) do casamento entre pessoas do mesmo sexo. É um direito igual ao daqueles que, a tal respeito, tudo têm a favor (ou contra).
É o direito à indiferença. Cada um casa com quem quer. E ninguém tem (ou não devia ter) nada com isso.
Tenho - isso sim, e muito - é que os meus impostos sirvam para ajudar a pagar aos que legislam sobre uma matéria que não é seguramente aquela que mais preocupa os portugueses. Objectar-me-ão que quem legisla (ou quem os apoia) não perde necessariamente de vista problemas sociais que a seu tempo alguém há-de resolver. Ou seja, outros políticos, já que estes - que alguns escolheram e todos sustentamos - não servem. Ou melhor, servem para isto!...
Trata-se duma causa que está longe de merecer a importância colectiva que alguns pretendem atribuir-lhe.
Ou teremos assim, entre nós, tantos homossexuais?
Ainda sou do tempo em que os gays eram, simplesmente, “paneleiros”.
Havia poucos e não tinham orgulho nisso. Hoje são muitos e estão cada vez mais activos e aguerridos. Muitos até filiados em Associações: a NET não engana. Organizam “Marchas de Orgulho Gay” e têm mesmo – calcule-se – o seu dia: o “Dia Nacional de Libertação Gay”, a 28 de Junho.
Orgulhosamente, declaram-se “assumidos”. Imiscuem-se na Política, na Televisão, no Teatro. Homens com marido? Aprove quem quiser!
Antigamente falava-se do “perigo amarelo”: hordas de chineses, comprimidos pela explosão demográfica avançariam sobre a Europa. Mais tarde falou-se do “perigo comunista” que desapareceu com a queda do Muro de Berlim.
Poderá falar-se agora do “perigo gay”?
Imagine-se milhões de “assumidos” com os mais exibicionistas - que os há, inegavelmente - avançando em esquadrões a dar ao rabo!
Seria um espectáculo aterrador, dantesco! Evitá-los? Mas, como?
Tendo obtido recentemente uma vitória estrondosa, ao verem legalizado o casamento entre eles, resta-nos aceitá-los. Naturalmente! Legalmente!
Para o bem e para o mal, como dantes se dizia dos casamentos da D. Concordata!
Li algures, que, em tempos a Argentina esboçou um projecto curioso para lidar com idêntica situação: a criação de um vasto território, onde todos os homossexuais - homens e mulheres - pudessem viver à vontade, livres de constrangimentos sociais, com os seus costumes, as suas leis, parlamento, constituição e governo próprios. Uma espécie de reserva demarcada, por assim dizer. Talvez por lá a coisa fosse viável, sendo a Argentina um grande País, com todas aquelas pampas a perder de vista.
Por cá não dava. Não só porque o País é demasiado pequeno territorialmente para criar reserva igual, como não podia prescindir, assim duma assentada, de todos os homossexuais (e lésbicas) que estão integrados na sociedade, desterrando-os para longe.
Graves problemas abalariam o mundo da política, da cultura, do divertimento e do lazer!
Assim como assim é melhor apoiá-los!
É o direito à indiferença. Cada um casa com quem quer. E ninguém tem (ou não devia ter) nada com isso.
Tenho - isso sim, e muito - é que os meus impostos sirvam para ajudar a pagar aos que legislam sobre uma matéria que não é seguramente aquela que mais preocupa os portugueses. Objectar-me-ão que quem legisla (ou quem os apoia) não perde necessariamente de vista problemas sociais que a seu tempo alguém há-de resolver. Ou seja, outros políticos, já que estes - que alguns escolheram e todos sustentamos - não servem. Ou melhor, servem para isto!...
Trata-se duma causa que está longe de merecer a importância colectiva que alguns pretendem atribuir-lhe.
Ou teremos assim, entre nós, tantos homossexuais?
Ainda sou do tempo em que os gays eram, simplesmente, “paneleiros”.
Havia poucos e não tinham orgulho nisso. Hoje são muitos e estão cada vez mais activos e aguerridos. Muitos até filiados em Associações: a NET não engana. Organizam “Marchas de Orgulho Gay” e têm mesmo – calcule-se – o seu dia: o “Dia Nacional de Libertação Gay”, a 28 de Junho.
Orgulhosamente, declaram-se “assumidos”. Imiscuem-se na Política, na Televisão, no Teatro. Homens com marido? Aprove quem quiser!
Antigamente falava-se do “perigo amarelo”: hordas de chineses, comprimidos pela explosão demográfica avançariam sobre a Europa. Mais tarde falou-se do “perigo comunista” que desapareceu com a queda do Muro de Berlim.
Poderá falar-se agora do “perigo gay”?
Imagine-se milhões de “assumidos” com os mais exibicionistas - que os há, inegavelmente - avançando em esquadrões a dar ao rabo!
Seria um espectáculo aterrador, dantesco! Evitá-los? Mas, como?
Tendo obtido recentemente uma vitória estrondosa, ao verem legalizado o casamento entre eles, resta-nos aceitá-los. Naturalmente! Legalmente!
Para o bem e para o mal, como dantes se dizia dos casamentos da D. Concordata!
Li algures, que, em tempos a Argentina esboçou um projecto curioso para lidar com idêntica situação: a criação de um vasto território, onde todos os homossexuais - homens e mulheres - pudessem viver à vontade, livres de constrangimentos sociais, com os seus costumes, as suas leis, parlamento, constituição e governo próprios. Uma espécie de reserva demarcada, por assim dizer. Talvez por lá a coisa fosse viável, sendo a Argentina um grande País, com todas aquelas pampas a perder de vista.
Por cá não dava. Não só porque o País é demasiado pequeno territorialmente para criar reserva igual, como não podia prescindir, assim duma assentada, de todos os homossexuais (e lésbicas) que estão integrados na sociedade, desterrando-os para longe.
Graves problemas abalariam o mundo da política, da cultura, do divertimento e do lazer!
Assim como assim é melhor apoiá-los!
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Falta a taxa da respiração
De acordo com notícias vindas a público, Sócrates terá dado ordens a Lacão para escrever aos partidos da oposição, mais exactamente, PPD, CDS, BE e PCP, para “negociar” com vista à aprovação do Orçamento de Estado.
Já antes, na sequência dos resultados eleitorais, Sua Excelência o Presidente do Concelho tinha proposto algumas coligações que viabilizassem o governo - propostas iguais, apresentadas exactamente aos mesmos partidos. E ao mesmo tempo!...
E embora os homens que elaboraram o Orçamento não tenham arrancado o coração a nenhuma criança, nem chupado o sangue de nenhum inocente, nem sequer mandado degolar todos os primogénitos, a maioria das pessoas quando vê o Sócrates ou o Teixeira dos Santos lembra-se dos flagelos bíblicos e das maldições populares (além de algumas palavras sonantes impublicáveis) sendo que a maioria consegue dar ainda graças a Deus por não ter qualquer deficiência.
É verdade que se pode ir sempre mais longe em matéria de taxas, taxando-se além dos internamentos, as pessoas que por um motivo ou outro morram nos hospitais, acrescentando despesas inúteis, uma vez que – morrer por morrer – se pode perfeitamente morrer em casa. Ou, vá lá, num lar de idosos.
Lá no conforto climatizado e asséptico dos gabinetes ministeriais, a dúvida deve angustiá-los. Quem taxaremos? O que taxaremos? Como taxaremos? Dúvida que – há por ai quem diga - nem deve deixá-los em paz.
Para ajudá-los, tenho uma ideia, que posso ceder-lhes a título quase gracioso: a taxa sobre respiração. Já sei que não é a primeira vez que alguém se lembra disto, mas agora vem a propósito. E é ecologista, uma vez que do ar (oxigénio e azoto) que inspiramos, expiramos uma coisa irrespirável que é o CO2 ou dióxido de carbono, ou lá o que é. Por isso, a transformação de ar puro em CO2 deve ser taxada. É o princípio do utilizador – pagador à semelhança daquele que de quando em vez se fala em aplicar nas Scutes.
Igual para todos é que não. Justo como é, o Governo que nos coube em sorte eleitoral lançaria diversas taxas. Ou taxas de diverso valor, para ser mais exacto.
Uma taxa normal, para pessoas normais, uma taxa agravada para asmáticos e uma sobretaxa de soluços, que é uma forma egoísta e privilegiada de inspirar mais ar do que aquele que é necessário.
Poderia ainda pensar-se em pequenos impostos de suspiro e aerofagia, mas isso complicaria o sistema, já que seria necessário criarem-se mais uns tantos fiscais para que pudesse realizar-se uma eficaz colecta.
Assim, às taxas dos que cumprissem, o Governo acrescentaria as multas dos que não cumprissem. Desta é que talvez nem eles se tenham lembrado!
Já antes, na sequência dos resultados eleitorais, Sua Excelência o Presidente do Concelho tinha proposto algumas coligações que viabilizassem o governo - propostas iguais, apresentadas exactamente aos mesmos partidos. E ao mesmo tempo!...
E embora os homens que elaboraram o Orçamento não tenham arrancado o coração a nenhuma criança, nem chupado o sangue de nenhum inocente, nem sequer mandado degolar todos os primogénitos, a maioria das pessoas quando vê o Sócrates ou o Teixeira dos Santos lembra-se dos flagelos bíblicos e das maldições populares (além de algumas palavras sonantes impublicáveis) sendo que a maioria consegue dar ainda graças a Deus por não ter qualquer deficiência.
É verdade que se pode ir sempre mais longe em matéria de taxas, taxando-se além dos internamentos, as pessoas que por um motivo ou outro morram nos hospitais, acrescentando despesas inúteis, uma vez que – morrer por morrer – se pode perfeitamente morrer em casa. Ou, vá lá, num lar de idosos.
Lá no conforto climatizado e asséptico dos gabinetes ministeriais, a dúvida deve angustiá-los. Quem taxaremos? O que taxaremos? Como taxaremos? Dúvida que – há por ai quem diga - nem deve deixá-los em paz.
Para ajudá-los, tenho uma ideia, que posso ceder-lhes a título quase gracioso: a taxa sobre respiração. Já sei que não é a primeira vez que alguém se lembra disto, mas agora vem a propósito. E é ecologista, uma vez que do ar (oxigénio e azoto) que inspiramos, expiramos uma coisa irrespirável que é o CO2 ou dióxido de carbono, ou lá o que é. Por isso, a transformação de ar puro em CO2 deve ser taxada. É o princípio do utilizador – pagador à semelhança daquele que de quando em vez se fala em aplicar nas Scutes.
Igual para todos é que não. Justo como é, o Governo que nos coube em sorte eleitoral lançaria diversas taxas. Ou taxas de diverso valor, para ser mais exacto.
Uma taxa normal, para pessoas normais, uma taxa agravada para asmáticos e uma sobretaxa de soluços, que é uma forma egoísta e privilegiada de inspirar mais ar do que aquele que é necessário.
Poderia ainda pensar-se em pequenos impostos de suspiro e aerofagia, mas isso complicaria o sistema, já que seria necessário criarem-se mais uns tantos fiscais para que pudesse realizar-se uma eficaz colecta.
Assim, às taxas dos que cumprissem, o Governo acrescentaria as multas dos que não cumprissem. Desta é que talvez nem eles se tenham lembrado!
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
A licenciatura dá inteligência? Está visto que não!
Ontem mesmo, um conhecido economista, desses que temos a rodos, dizia na televisão – entre surpreso e admirado - que “um terço dos investidores na Bolsa só tem a quarta classe”. Fiquei indignado porque aquela palavra – “só” – é claramente abusiva e dá a entender que neste país, onde alguns sobrevivem e outros se governam, há gente com poucas habilitações para jogar na Bolsa. O que é redondamente falso. O ensino privado e o programa “Novas Oportunidades” tornou-nos a todos um país de doutores e engenheiros – estatuto que tem levado muita cavalgadura a singrar no sinuoso mundo da política e dos negócios obscuros.
Veja-se, por exemplo, o caso do Dr. Vara do Mogadouro - simpática vila que viu nascer um dos homens mais badalados dos últimos tempos. Foi ali, atrás de um balcão da Caixa Geral de Depósitos, que, o então Sr. Vara se iniciou no frutuoso mundo dos negócios: primeiro, negócios da lavoura e do comércio a retalho, e só mais tarde – quando licenciado - subiu aos negócios da sucata. Para tanto, frequentou o Curso de Relações Internacionais na Variante de Cooperação na Universidade Independente - o que prova que nem o Curso, nem a Universidade foram escolhidos ao acaso, mas antes mediante criteriosa escolha. De amigo de ninguém passou a amigo de um - Sócrates –, e de amigo de um passou a amigo de todos. Os ricos, claro. Se ficasse “só” com a quarta classe teria subido tanto? Talvez! Muitos portugueses, sem ela, fizeram muito mais:
• D. Afonso Henriques não tinha a quarta classe e fundou Portugal, além de ter conquistado Lisboa aos mouros;
• D. Diniz, também não a tinha e fez o Pinhal de Leiria e a Universidade de Coimbra;
• D. João I nunca frequentou qualquer escola primária e juntando-se ao Nun´ Álvares Pereira deu uma trepa aos castelhanos que ainda hoje lhes dói;
• D. Henrique fundou a Escola de Sagres sem ter escola nenhuma onde tivesse obtido o diploma da 4ª. Classe. Além disso, não consta que houvesse exames ou avaliações de professores nessa escola e nunca ninguém se escandalizou;
• O D. João II também não a tinha, nem o D. Manuel, mas talvez o que mais chocasse aquele economista fosse o facto de Luiz de Camões ter escrito “Os Lusíadas” sem quaisquer habilitações específicas;
• Os três Filipes nem falar português sabiam;
• O D. João IV nunca conseguiu conjugar o verbo “restaurar” e nunca percebeu se ele era transitivo ou intransitivo. Ou mesmo reflexo;
• O D. João VI foi para o Brasil e por causa dele ainda hoje lá se fala português com um sotaque estranho.
Podemos, pois, concluir que a relação entre a 4ª. Classe e a capacidade de realizar coisas “porreiras pá”, não é absoluta. O outro não o disse, mas podia tê-lo dito: um povo que sem a 4ª. Classe realizou tanta coisa pode fazer, pelo menos, o dobro com tantas licenciaturas e tantos licenciados…
Veja-se, por exemplo, o caso do Dr. Vara do Mogadouro - simpática vila que viu nascer um dos homens mais badalados dos últimos tempos. Foi ali, atrás de um balcão da Caixa Geral de Depósitos, que, o então Sr. Vara se iniciou no frutuoso mundo dos negócios: primeiro, negócios da lavoura e do comércio a retalho, e só mais tarde – quando licenciado - subiu aos negócios da sucata. Para tanto, frequentou o Curso de Relações Internacionais na Variante de Cooperação na Universidade Independente - o que prova que nem o Curso, nem a Universidade foram escolhidos ao acaso, mas antes mediante criteriosa escolha. De amigo de ninguém passou a amigo de um - Sócrates –, e de amigo de um passou a amigo de todos. Os ricos, claro. Se ficasse “só” com a quarta classe teria subido tanto? Talvez! Muitos portugueses, sem ela, fizeram muito mais:
• D. Afonso Henriques não tinha a quarta classe e fundou Portugal, além de ter conquistado Lisboa aos mouros;
• D. Diniz, também não a tinha e fez o Pinhal de Leiria e a Universidade de Coimbra;
• D. João I nunca frequentou qualquer escola primária e juntando-se ao Nun´ Álvares Pereira deu uma trepa aos castelhanos que ainda hoje lhes dói;
• D. Henrique fundou a Escola de Sagres sem ter escola nenhuma onde tivesse obtido o diploma da 4ª. Classe. Além disso, não consta que houvesse exames ou avaliações de professores nessa escola e nunca ninguém se escandalizou;
• O D. João II também não a tinha, nem o D. Manuel, mas talvez o que mais chocasse aquele economista fosse o facto de Luiz de Camões ter escrito “Os Lusíadas” sem quaisquer habilitações específicas;
• Os três Filipes nem falar português sabiam;
• O D. João IV nunca conseguiu conjugar o verbo “restaurar” e nunca percebeu se ele era transitivo ou intransitivo. Ou mesmo reflexo;
• O D. João VI foi para o Brasil e por causa dele ainda hoje lá se fala português com um sotaque estranho.
Podemos, pois, concluir que a relação entre a 4ª. Classe e a capacidade de realizar coisas “porreiras pá”, não é absoluta. O outro não o disse, mas podia tê-lo dito: um povo que sem a 4ª. Classe realizou tanta coisa pode fazer, pelo menos, o dobro com tantas licenciaturas e tantos licenciados…
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