(E não o apoio à Juventude e Desporto, que as autarquias concedem aos clubes…)
Despesismo não é só em Matosinhos, mas em todo o lado. E não só nas autarquias. Para se chegar a “despesista”, ajuda muito gerir-se o dinheiro dos outros. Como em algumas empresas públicas. É verdade que alguns gastos são mais escandalosos que outros. Automóveis topo de gama, publicações de promoção pessoal, festas sumptuosas – entre outras, evidentemente - saltam à vista de todos. Mas existe outro tipo de gastos, que escapa por completo à avaliação da opinião pública. Exemplo: a “nossa” RTP.
Há duas semanas a Justiça devolveu à liberdade o turco que em 1981 tentou matar o Papa João Paulo II. Nada de extraordinário: cumprida a pena, é natural que os prisioneiros sejam libertados. Só que este era um preso especial. De seu nome Mehmet Ali Agca, o homem que para muitos, há muito estava no Inferno, chegou afinal – por enquanto - ao Paraíso.
Não naquele Paraíso de que nos fala a Bíblia, mas outro paraíso, um paraíso ao alcance de quem tenha, para gastar, numa estadia em hotel, alguns milhares de euros. No caso, um quarto, no quarto piso dum luxuoso hotel, “com uma vista fabulosa que domina toda a cidade” – dizem as agências noticiosas. Também nisto, nada a estranhar: cada um instala-se (ou deixa que o instalem) onde pode.
De estranhar – e esta é a razão que aqui traz o assunto - apenas os critérios de concorrência e de mercado, que levam a que jornalistas de estações de todo o mundo estejam ao mesmo tempo em directo nos mesmos locais a contar as mesmas coisas, com os mesmos protagonistas, sem acrescentar absolutamente nada aos despachos das agências noticiosas com que os “pivots” dos telejornais iniciam a notícia.
E qual era o acontecimento? Pois, nem mais nem menos que a libertação do tristemente famoso turco.
Para “cobrir” um “acontecimento” destes também lá estava o repórter da nossa RTP, envergando um colete Coronel Tapioca, a repetir exactamente a introdução à notícia feita na redacção.
A RTP – está visto - com a nossa ajuda, pagará as facturas da nulidade (mais uma, afinal – também aqui nada de novo a registar) que nos foi transmitida em directo e por satélite.
Haverá nisto alguma racionalidade? Alguma explicação?
Se calhar existe.
Se alguém a conhecer e a quiser partilhar, antecipadamente este contribuinte agradece. Mas, voltando ao local: ouvidas as palavras de Ali Agca, confirmou-se o que se sabia: foi libertado um louco, cuja loucura não se curou durante os anos que passou na prisão.
Se o turco conseguir instalar uns mísseis de longo alcance lá no terraço do luxuoso hotel, vai conseguir cumprir aquilo que prometeu à imprensa: estoirar com os gajos todos…
domingo, 31 de janeiro de 2010
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