Antigamente, as estações do ano sucediam-se com a regularidade assinalada pelos astrónomos. Os dias de Primavera eram temperados, alegres, perfumados, encantadores. Os de Verão eram quentes, risonhos, brilhantes e ensolarados. Os do Outono mornos, dourados, cheirosos e deslumbrantes. Os do Inverno frios, tristes, chuvosos e cinzentos.
A gente ditosa, que então vivia, podia confiar-se nos entendidos em rotação dos planetas; e os sábios podiam sem receio responsabilizar-se pela pontualidade das estações.
A gente fiava-se dos sábios, os sábios da ciência, e a ciência dos factos repetidos. Depois, porém, daquela época, desconcertaram-se os sistemas das regiões altas. O “progresso” encarregou-se de influir na substância dos sólidos e fluídos componentes do maquinismo celeste, alterando-lhes o modo de actuarem sobre a terra.
É uma teoria universalmente aceite, sendo que hoje não falta quem seja capaz de apresentar razões científicas que justifiquem tal desconcerto planetário.
E se houvesse versões contraditórias - tão científicas quanto as primeiras - não seria lógico que, para serem publicadas, fosse exigida a apresentação de “casos concretos”. Publicavam-se e… pronto!
Donde se conclui que, a exigência de provas “concretas” para que opiniões diversificadas sobre um mesmo assunto sejam publicadas varia de acordo com o tema em apreço…
Mas, se sobre o tempo que faz, a questão das divergências não seria tempestuosa, o mesmo não se diria de algumas crónicas escritas, como, por exemplo, aquela do Mário Crespo recentemente censurada pelo “Diário de Notícias” primo do JN.
(Apresso-me a esclarecer que não aprecio a forma como um jornalista de direita aproveita todos os centímetros que consegue na imprensa e cada minuto de tempo de antena para debitar um ódio vesgo por tudo que cheire a esquerda, ainda que “esquerda”, para ele, seja este governo PS!…)
E vou mais longe: não gosto de praticamente nada do que Mário Crespo escreve, não simpatizo praticamente com nada do que diz e, não sinto entusiasmo por praticamente nada do que apresenta na Televisão -
por muito que queiram convencer-nos de que se trata de “jornalismo de excelência”.
Se cá a trago é por ser inquietante - e era aqui que queria chegar – a deriva autoritária que, um pouco por todo lado, vai eliminando crónicas “incómodas” não pelos argumentos, mas pelo puro, duro e simples silenciamento!
Porquê? Ora porque,
“Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar...”
(Martin Niemöller, 1933 - símbolo da resistência aos nazistas).
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
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Repto:
ResponderEliminarExmº Senhor.
Presidente da Assembleia Municipal de Matosinhos
eu José António Terroso Modesto (cidadão Matosinhense)venho apresentar a Vª Exª a seguinte
MOÇÃO:
É com enorme satisfação que pude constatar que aquando da realização das Assembleias Municipais que Vª. Ex.ª. Preside, a bancada do Partido que Vª.Exª.
representa, pauta-se pela chamada pontualidade Britânica, (existem poucas excepções),perdoe-me esta comparação o facto é que ela se faz.
Infelizmente, alguns deputados eleitos pelos Matosinhenses teimam no não cumprimento de horários, nalguns casos inclusive a ausência.
Este facto traduz uma significativa diminuição do peso político do nosso Concelho, não dignificando em nada a nossa Democracia, ao mesmo tempo desprestigiando o Hemiciclo
ao qual V.Exª.Preside.
Relembro que a presença dos Presidentes das nossas Freguesias deveria ser obrigatória.
Não existindo o chamado relógio de ponto, tão necessário nas referidas Assembleias, venho por esta forma manifestar o meu repudio e lamentar que os nossos deputados não cumpram os horários estabelecidos para o acto do qual V.Exª. Preside e convida.
Saudações Marítimas
José Modesto
Pergunta:
ResponderEliminarMas…será que alguma força politica em Matosinhos já questionou o Governo sobre o porquê da desistência da construção do PORTINHO DE ANGEIRAS?
Estão á espera do quê?
Saudações Marítimas
José Modesto