Por esta altura são vários os jornais e revistas que nos trazem comoventes histórias de Natal. Nada de extraordinário. A não ser a revelação de talentos adormecidos durante o resto do ano.
Algumas são verdadeiramente originais; outras, nem por isso.
Como esta que me foi remetida por e-mail. Não pode ser catalogada como “história de Natal” . Nem como “carta de amor”. Nem como original.
É muito antiga, mas adapta-se perfeitamente aos nossos dias. E constitui até uma lição que o respectivo ministro pode - salvaguardadas as proporções devidas - aplicar à desesperada economia que, sem qualquer vislumbre de recuperação vai gerindo, atascando-nos cada vez mais.
É assim:
“Numa pequena vila e estância na costa sul de França, chove, e nada de especial acontece. A crise sente-se. Toda a gente carregada de dívidas; toda a gente deve a toda a gente.
Subitamente, um rico turista russo chega à recepção do pequeno hotel local. Pede um quarto e coloca sobre o balcão uma nota de €100. Recebe a chave e sobe ao 3º andar para inspeccionar o quarto que lhe indicaram. Com uma condição: a de desistir, caso o aposento lhe não agrade.
O dono do hotel pega na nota e corre ao fornecedor da carne a quem deve €100; o talhante pega no dinheiro e corre ao fornecedor de leitões a pagar €100 que lhe devia há algum tempo; este por sua vez corre ao criador de gado que lhe vendera a carne; o criador de gado corre logo a entregar os €100 a uma prostituta que lhe cedera serviços a crédito; agora é esta que logo que recebe os €100 corre ao hotel a cujo dono devia €100 pela utilização casual de quartos à hora, para atender clientes.
Neste momento o russo rico desce à recepção e informa o dono do hotel que o quarto proposto não lhe agrada. Decide desistir e pede a devolução dos €100. Recebe o dinheiro e sai.
Termina aqui – por agora – o círculo.
Não houve neste movimento de dinheiro qualquer lucro ou valor acrescido para nenhuma das partes envolvidas. Contudo – acrescenta a história - todos liquidaram as suas dívidas. E estes elementos daquela pequena vila costeira encaram agora com optimismo o futuro”.
Ora aqui está uma fórmula que – com licença dos ilustres economistas do governo – conduziria o país em 2010 a um déficit e a uma dívida pública iguais a zero.
Creio que, em Portugal – e não sei se este é um bom ou um mau sinal – as coisas não correriam bem assim. Pelo menos, para o turista russo.
Então porquê ? – pergunta-se.
Imagine-se que os sucessivos liquidadores da dívida em vez de irem a correr com o dinheiro na mão (como agora não se usa) iam antes depositar a verba, via multibanco, (como agora se usa) na conta do respectivo credor.
Como só no “dia seguinte” o dinheiro ficaria disponível, imagine-se o turista russo calmamente à espera que terminasse o ciclo!
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
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Caro Heitor.
ResponderEliminarQueria desejar-lhe um Excelente 2010 com Mts.Saúde.
Saudações Marítimas
José Modesto
Caríssimo José Modesto,
ResponderEliminarRetribuo naturalmente, com o desejo sincero de grandes sucessos pessoais e profissionais.
Heitor Ramos